Creio que o primeiro post deva justificar minha adoração
ao Jiro Wang, uma vez que o blog terá como escopo abranger principalmente
doramas desse artista. Além de seu talento e desenvoltura ao cantar e de sua
versatilidade ao atuar, o que me fez tornar-me fã dele foi sua história de
vida. Desse modo, segue uma reportagem, por mim traduzida e editada, na qual é
apresentado o último dos tópicos anteriormente listados:
Seu pai era
militar, e depois de se aposentar, atuou como guarda de segurança. Sua mãe
trabalhava como costureira, mas depois de sua visão ficar debilitada devido à
idade avançada, ela desistiu do serviço. Eles se casaram tarde; ela tinha
quarenta anos e ele, cinquenta, quando Jiro nasceu. Por isso, talvez, a saúde
deste nunca tenha sido muito boa
quando era jovem. Ele costumava ter asma,
mas isso deixou de ser um problema depois que começou a praticar natação. Seus
pais o colocavam acima de tudo, já que ele era seu único filho.
Jiro adorava
desenhar desde muito jovem, fazendo disso seu objetivo de ingressar em Fushing
College of Arts. Quando se formou no colegial, ele segurava sua carta de
admissão da Fushing voltando para casa, com a intenção de usá-la como um
presente de Dia dos Pais para seu pai. Quando chegou, entretanto, encontrou uma
ambulância fora de sua morada, e, com o coração batendo forte e juntamente com
seus passos, correu para casa, descobrindo que seu pai tinha sofrido uma queda. Este nunca mais fora capaz de levantar-se desde então.
Como seu pai foi
internado e sua mãe já não estava trabalhando, acrescendo a isto a questão das
altas mensalidades da Fushing College, Jiro começou uma busca por empregos
temporários em todos os lugares para sustentar a família. Seu aquele continuou a ser hospitalizado durante cinco anos
até a diabetes o levar. Antes de morrer,
disse que ao seu filho que ele tinha que assumir a responsabilidade de
sustentar a família. Jiro aceitou. Ele se foi.
Naquele ano, quando
completou dezoito anos, foi, provavelmente, o início dos problemas financeiros
de Jiro. Ele teve de pagar a dívida que seu
pai contraiu quando comprou a casa na qual moravam, no valor de seis milhões de
New Taiwan Dollars. Teve que procurar por
trabalho em toda parte, e às vezes, fazia “malabarismos” para sustentar três
empregos ao mesmo tempo. Desempenhou múltiplas funções, ora como
mascote em parques de diversões ou em jardins zoológicos, ora entregando
panfletos, ora como garçom em um bar, ora como um assistente de vendas em uma
boutique, ora como um modelo freelance. Ele ainda trabalhou como operário
e, algumas vezes, também vendeu itens em feiras até tarde da noite.
Muitos amigos de Jiro tentaram
persuadi-lo a vender a sua casa. Entretanto, este foi inflexível, dizendo
apenas: "É uma memória de meu pai nos deixou. Eu não vou vendê-la.”
Em 2006, depois de a banda
Fahrenheit (um quarteto o qual Jiro integra) tornar-se famosa, Jiro finalmente
conseguiu quitar seu débito. Todavia, ele continua a deixar apenas cinco mil
New Taiwan Dollars (cerca de cento e setenta dólares americanos) no mês para
si, pois teve de pagar os juros bancários do empréstimo de seu pai. Em 2008, conseguiu
saldar completamente todas suas dívidas, comprando até um carro de segunda mão.
Em 2010, comprou uma moto nova, na qual gosta de andar ao longo da costa.
Ter a tarefa de sustentar
sozinho a família é um desafio para alguém tão jovem. Narrando sua história ao
repórter, deixou caírem as lágrimas. Foi um alívio para o entrevistador, pois
era melhor vê-lo chorar do que vê-lo conter a emoção mostrando um sorriso
“choroso”, embargado.
Apesar do tão cansado que esteve,
Jiro sempre foi meticuloso sobre sua aparência e sobre como se apresenta frente
às câmera. Ele sempre colocou mais esforço do que outros na indústria. Em
Fahrenheit, Wu Chun, muitas vezes alcunhado de “príncipe bruneiano”, pois
pertence a uma das 10 famílias mais ricas de Brunei, possui dois centros de
fitness, o pai de Aaron é um renomado médico e o pai de Calvin está no negócio
de exportação. Enquanto resto da banda cresceu em famílias afortunadas, Jiro
enfrentou dívidas crescentes em casa.
"Não há nada de justo ou
injusto sobre isso." Ele apertou um sorriso beatífico, como um daqueles
comumente vistos em doramas. "Talvez a minha vida tenha sido mais colorida
do que as dos meus colegas, então. Por eu ter saído cedo para trabalhar, ganhei
muita experiência de trabalho."
Contudo, a verdade é mais severa do
que ele pretendia demostrar. Ele ainda trabalhou em canteiros de obras, quando
tinha dezoito anos, onde ele tinha que carregar barras de aço e baldes de lama
e fixar tubulações de esgoto.
"Vejo isso como uma
oportunidade para trabalhar fora. Parece que eu estive trabalhando desde o
ensino médio!" ele riu, fazendo uma piada às suas custas, em sua maneira
otimista habitual.
A doença de seu pai o transformou,
de um garoto introvertido, em um rapaz extrovertido, pois essa era a única maneira
que ele conhecia para mascarar suas preocupações, para que ninguém visse sua
fraqueza, sua vulnerabilidade.
"Quando eu era jovem, chorava
mesmo quando tinha que receber um prêmio no palco. Todavia, quando que meu pai
ficou doente, eu queria me tornar mais forte, de modo que todos pudessem me ver
como o menino feliz, porque eu não queria deixar minha mãe preocupada."
Foi assim que ele nutria sua
extroversão, sua natureza animada.
"Por minha mãe, eu acho que
tudo vale a pena. É o meu dever." Seu nariz se contraiu levemente. Seus
olhos ficaram avermelhados. Era evidente que ele estava prestes a chorar, mas
quando seu agente lhe ofereceu um lenço de papel, ele disse: "Está tudo
bem. Posso aguentar.”
"Quando estou exausto por
atuar, minha mãe se preocupa com minha saúde e acorda meia hora mais cedo para
preparar um café da manhã nutritivo para mim. Não importa o quão tarde eu
chegar em casa, ela ainda estará esperando por mim. Ela frequentemente diz que
eu sou o sua melhor pílula para dormir - quando não estou em casa, ela não
consegue adormecer. Quando eu chego em casa e saio do banho, já ouço-a
bocejando. Ela realmente está pior nisso do que eu. "
Família é, evidentemente, o calcanhar
de Aquiles de Jiro. Apenas dez segundos atrás, ele disse que era um homem que
não chora, porém, ele deixou suas lágrimas caem livremente agora.
"Meu pai foi honesto ao
cortejar minha mãe. Ela sempre me dizia, ‘se você está indo para encontrar uma
namorada, você tem que aprender uma coisa ou duas com seu pai’. Minha mãe era
costureira, e quando ela e meu pai tinham um encontro às seis horas da tarde,
ele já estaria esperando por volta das duas da tarde.”
Tudo o que ele deixou são essas
dispersas felizes e, ao mesmo tempo nostálgicas memórias. A doença de seu pai
marcou o início das dificuldades e desafios de Jiro. Ele foi o vocalista de sua
banda no colegial, Dong Cheng Wei, e dedicou horas praticando para que, desse
modo, pudesse esquecer temporariamente a possibilidade de perder sua família.
Contudo, seu pai morreu em 23 de Dezembro.
Com um sorriso abatido, Jiro disse:
"Meus colegas e eu tínhamos praticado muito para uma performance na
véspera de Natal. Eu não queria mais ir à apresentação, mas minha mãe insistiu
para que eu fosse". Ele fez uma pausa, pois as últimas palavras saíram
sufocadas. Com a respiração entrecortada, ele continuou: "Assim, a partir
de então, toda vez que estou no palco, eu sinto como se pudesse ouvir meu pai
me aplaudindo. Contudo, sinto-me mal por minha mãe; ela teve de arcar com
muitas responsabilidades.”
Seu pai deixou uma grande quantidade
de dívidas para trás. Jiro assumiu um desafio aparentemente insuperável. Porém,
o que mais haveria de fazer além de manter o seu sorriso? Seu amigo o instigou
a assumir a modelagem e a ir a audições de canto. Aos dezoito anos, formou uma
banda chamada Dong Cheng Wei com seus amigos de faculdade - Jay Chou e Jordan
Chan -, sendo o vocalista e guitarrista. Com esta, realizou performances e
entrou em concursos. Por causa de seu excelente desempenho e boa aparência, ele
foi observado por um agente e firmou contrato com uma gravadora internacional.
Assim, ele teve grandes esperanças para seu futuro. Conquanto, veio o incidente
de 11 de setembro e de metade do pessoal da empresa foi demitido. Seus sonhos
de se tornar um músico foram frustrados.
Ele recorda: "Eu estava
programado para lançar um álbum depois de Jay e de Jordan. Entretanto, depois,
metade do pessoal do BMG foi demitido. “Caí no chão” depois de ser salvo pelas
minhas expectativas. Naquela noite, chorei como um bebê, porque achava que
deixaria muitas pessoas mal, especialmente minha mãe."
Depois de seu papel coadjuvante em
um dorama, It Start with a Kiss, a carreira de Jiro decaiu para um restrito
período de espera de três anos. Ele passou a servir no exército, mas nunca
desistiu de seus sonhos.
"Eu fui muito tolo nesse tempo.
Com minhas circunstâncias e por estar prestando serviço militar, eu não poderia
me dar ao luxo de perseguir meus sonhos, mas depois pensei que ainda era jovem,
de qualquer maneira, então por que não buscá-los? Eu não quero envelhecer e
dizer aos meus filhos ‘O papai lamenta que, quando era jovem, ele não se
atreveu a perseguir seus sonhos’."
O trabalho pesado pelo qual ele
passou nos seus primeiros anos o fizeram se tornar um artista versátil e
persistente. Em Hana Kimi, outro dorama filmado em 2005, Jiro estrelou como o
segundo protagonista masculino, juntamente com o colega de banda Wu Chun, que
atuou como primeiro protagonista masculino.
Por sentir que não é tão bem dotado
como os seus companheiros de banda Fahrenheit, Jiro estimula-se a trabalhar em
dobro. Ele costumava ter asma, e agora
sofre somente em duas horas de sono por causa de seu horário de trabalho
agitado. Muitas vezes, ele estava sobrecarregado e padecia de
hemorragias nasais frequentes e uma vez, até meningite (inflamação das
membranas protetoras que envolvem o cérebro). Em certa ocasião, ele chegou a ter um
sangramento nasal durante todo o dia, e, em seguida, desmaiou durante as
filmagens. A razão disso está no fato de ter passado por longos períodos de
estresse, dormindo poucas horas por noite para cumprir seus deveres e sustentar
sua mãe. O pessoal da produção o levou diretamente para o Hospital, ficando ele
lá durante três dias.
No entanto, Jiro disse: "A menos que eu esteja hospitalizado, não direi
‘não’ ao trabalho. Naquela época, quando eu desmaiei no set, eu estava muito
batido. A melhor coisa foi que eu só desmaiei depois que o dia de gravações foi
dado por encerrado. Eu já sentia náuseas quando estávamos filmando, mas
sabia que se eu me sentisse mal nesse momento, uma série de compromissos das
pessoas seria afetada por minha causa".
Conquanto, se você lhe perguntasse
qual o maior sacrifício que ele já fizera para atingir seus objetivos, ele lhe
diria: "Tempo. Tempo com minha família."
Quando perguntado
por que ele quer atuar no palco, ele disse: "Porque meu pai gostava de me
ver cantar na frente de seus amigos e nossos parentes. Meu pai foi meu maior
fã".
Ele disse que com o
dinheiro que está ganhando agora, gostaria de ter com sua mãe em um período de
férias. "Quero levá-la para a Disneylândia (ele fez isso), para a Holanda
para ver as tulipas (eram as flores que seu pai geralmente dava à sua mãe) em
flor, para a Grécia para ver os templos, para a China para ver a Grande
Muralha..."
Questionado sobre a
mulher mais perfeita na Terra, Jiro responde sem hesitar: "Minha mãe; e o
homem que eu aspiro a ser é alguém como o meu pai, confiável e forte; aquele
que caminha até o fim do mundo com a garota que ama e nunca larga de sua mão."
Agora que ele é
capaz de proporcionar uma vida confortável para sua família, Jiro esbanja
extravagantemente com sua mãe, mas seu pai não pôde desfrutar disso. Ele espera que, do céu, seu pai possa ver que ele está
cuidando de sua mãe por ele. Aquele
habitualmente usa acessórios que não combinam muito com um amuleto em forma de
pulseira que sua mãe pegou para ele no templo. Ele nunca o tira,
pois ele sabe que sua segurança é o maior consolo e fonte de felicidade para
sua mãe.
Para um garoto que
ama desenhar, lápis e papel são os seus companheiros mais próximos. Devido a
sua autobiografia, ele desenhou um retrato de família, juntamente com outras
obras. No desenho, ele é um menino de cinco anos, mostrando um sorriso travesso
e o sinal da vitória ao se sentar no colo de sua mãe. Ela sorri levemente; o
braço do marido ao seu redor. Ele, por outro lado, parece austero, mas seus
olhos desmentem, mostrando uma doçura, que é transmitida através de sua mão no
ombro da esposa. Este é o momento para o qual Jiro deseja retornar. Esse
retrato de família só existe em sua mente (não é uma foto real - Jiro nunca
tomou uma foto boa com seus pais porque um deles sempre era quem tirava a foto)
- ele só pôde confiar em sua memória para criar esse retrato.
“Quando estou desenhando, consigo me
transportar de volta para a época mais feliz da minha vida: Minha infância”
Portanto, vê-se que esse rapaz, mesmo não sendo o mais
ditoso, passando por muitos obstáculos, nunca deixou a languidez fazê-lo
desistir de seus sonhos. Alguém que, por seu lastro familiar, mostra-se
responsável, esforçado, persistente, determinado, talentoso, e, mormente, o que
é cediço, que apresenta tal admiração por seu pai e tal gratidão e zelo por sua
mãe, é digno de encantamento e idolatria. Acredito que sua trajetória elenca
argumentos suficientes para justificar minha apreciação por esse taiwanês, não
somente como um maravilhoso artista, mas também como um esplêndido homem.
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